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Trens Expressos Santa Cruz retornam parcialmente em Julho mas os problemas estão longe de acabar
De acordo com a concessionária SuperVia, as linhas expressas do ramal Santa Cruz irão retornar parcialmente no dia 11/07, e a volta de maneira integral (retomando a grade anterior à pandemia de covid-19) acontecerá no dia 01/08. O anúncio foi feito pelo presidente da companhia, Antonio Carlos Sanches, em audiência pública da CPI dos Trens, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), realizada nesta segunda-feira (20/06), na sede da Alerj.
Sanches detalhou o calendário programado: a partir do dia 11/07 serão três trens entre 4h10 e 4h50; do dia 25/07 em diante sairão trens expressos nos horários de pico da manhã e da tarde (das 04h às 08h e das 17h às 20h), e a partir de 01/08 a linha volta à grade padrão.
A presidente da CPI, deputada Lucinha (PSD), comemorou o retorno das linhas expressas, que podem diminuir a duração do trajeto Central do Brasil-Santa Cruz em aproximadamente uma hora, e destacou que, com a melhora no serviço, o número de usuários diários irá aumentar. Lucinha também comentou a declaração do presidente da SuperVia, que informou que a empresa só possui fluxo de caixa até o mês de agosto, e cobrou atitudes do Poder Executivo.
“Durante quatro meses a Secretaria Estadual de Transportes (Setrans) ouviu todos os problemas aqui na CPI e participou de nossas vistorias, para então perceber que a situação é crítica. Quem irá sustentar o sistema a partir de agosto? O programa Pacto RJ é para investir em estrutura”, disse Lucinha. A parlamentar ainda solicitou à concessionária um relatório contendo relação de todas as famílias que moram na linha férrea do ramal Belford Roxo, documentação que servirá de base para o relatório final da comissão. Na última vistoria realizada pelos parlamentares foram constatadas diversas famílias vivendo em construções irregulares ao longo do ramal.
O deputado Luiz Paulo (PSD) abordou problemas estruturais do sistema ferroviário. O parlamentar fez projeções que demonstram a incapacidade da SuperVia para promover a adequação de sua infraestrutura: “Fico muito preocupado com o estado da via permanente, o que influencia todo o sistema operacional. Com a má conservação da via, os trens trafegam com velocidade reduzida. Nós vistoriamos quatro ramais e verificamos a conservação muito ruim. A vida útil dos dormentes já acabou. A concessionária nos informou em outras audiências que consegue trocar apenas 90 dormentes por dia. Temos um cálculo de que há, no mínimo, 810 mil dormentes a serem trocados, o que, nesse ritmo, levaria quase 30 anos”.
Antonio Carlos Sanches garantiu que a empresa está ampliando a capacidade de substituição estrutural. “Hoje, conseguimos trocar 3 mil dormentes por mês, mas estamos fazendo melhorias para aumentar para 10 mil trocas por mês até o fim do ano. Hoje trocamos um quilômetro de trilhos por mês, e nesse prazo pretendemos passar a trocar cinco quilômetros por mês. Nosso objetivo é conseguir trocar até 20 quilômetros de trilho por mês. Quanto às britas, substituímos 500 metros de brita por mês, mas em agosto passaremos a três mil metros de brita por mês. O ideal seria trocarmos os dormentes de madeira por de concreto, mas não temos recurso para isso neste momento, é um processo lento